Todas as pessoas, sejam elas crianças ou adultas, já se sentiram ansiosos em algum momento da vida, isso é normal.
Entretanto, quando este sentimento é mais frequente e intenso, passando a prejudicar a rotina de quem sente, então passa a ser denominado como Transtorno de Ansiedade.
Apesar desse transtorno sempre existir, os números tem aumentado muito recentemente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 33% da população mundial sofre de algum tipo de Transtorno de Ansiedade, e os brasileiros figuram entre os primeiros dessa lista.
É uma característica biológica, que antecede momentos de perigo/alerta real ou imaginário, que podem estar ligados a eventos que ainda irão acontecer (ou há vezes que nada aconteça). A pessoa ansiosa convive com a ação de se “pré-ocupar”, ou seja, antecipar cargas emocionais, que não deveriam ser absorvidas no momento presente.
É um distúrbio de saúde mental caracterizado por sentimentos de preocupação, ansiedade ou medo. Pessoas que convivem com este tipo de distúrbio podem desenvolver sintomas físicos, que atrapalham suas atividades cotidianas, já que é algo de grande dificuldade em ser controlado.
Há variados tipos de distúrbios de ansiedade. Os mais comuns são:
É um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, causando um intenso desgaste psíquico, pois afeta a pessoa continuamente. Nem sempre o TAG é desencadeado por alguma razão, muitas vezes a pessoa não consegue identificar os motivos de suas preocupações.
A TAG causa problemas para dormir, dificuldade de concentração, fadiga, irritabilidade, tensões musculares, medo irracionais, alterações de humor, transpiração excessiva, refluxo gástrico e falta de ar. E é diagnosticado, quando os sintomas acontecem todos os dias da semana, durante seis meses aproximadamente.
É um tipo de transtorno no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso. As crises são imprevisíveis, isso faz com que o indivíduo fique em constante estado de alerta e preocupação.
Entre seus sintomas estão: falta de ar, taquicardia, tremores, calafrios, dor no peito, sudorese, vertigens, enjoos, medo da morte, incapacidade de se controlar.
Para ser diagnosticado com síndrome do pânico, a pessoa deve apresentar pelo menos quatro dos sintomas citados anteriormente, estes aparecem subitamente e se instauram com alta intensidade em menos de dez minutos.
É um transtorno caracterizado por manifestações de alarme e tensão nervosa, medo e desconforto desencadeados pela exposição até avaliação social, o que ocorre quando a pessoa precisa interagir com outras pessoas ou participar de atividades sociais, isto tudo acontece de modo à interferir na vida da pessoa de forma totalmente negativa.
Sintomas: medo de ser julgado, medo de sentir vergonha ou sentir-se ridículo, ansiedade crônica, angústia e turvação de pensamento, isolamento social, choro devido ao constrangimento, outros. Além disso, pessoas que sofrem desta fobia tendem a evitar experiências comuns e que fazem parte do cotidiano, mas, ainda assim, difíceis de suportar, como usar banheiros públicos, interagir com estranhos, fazer contato visual, ir ao trabalho ou à escola, entre outros.
Este é caracterizado por um medo severo, quando exporto a ele, um forte desejo de evita-lo surge, que exprimirá desconforto e medo, algumas vezes resultando em um ataque de pânico. Na fase adulta, podem prejudicar significantemente o funcionamento da pessoa, até a saúde física.
Abaixo são as categorias que as fobias podem ser classificadas:
- Tipo ambiente natural: acrofobia (medo de altura), brontofobia (medo de relâmpago e temporais);
- Tipo animais: aracnofobia (medo de aracnídeos), ofidiofobia (medo de cobras);
- Tipo injeção/sangue/dano: aicmofobia (medo de agulhas ou objetos pontiagudos), hematofobia (medo de sangue);
- Tipo situacional: claustrofobia (medo de ambientes fechados e pequenos), nictofobia (medo do escuro ou da noite), agorafobia (medo de ambientes abertos – também é caracterizado como um transtorno específico de ansiedade, devido o anseio excessivo com o evento de ir “para fora” de seu ambiente de segurança);
- Outro: coulrofobia (medo de palhaços).
É caracterizado pela recorrência de pensamentos intrusivos, acompanhados de compulsões mentais ou comportamentais.
As obsessões são pensamentos, ideias ou imagens indesejadas, que invadem a mente do indivíduo, causando intensa ansiedade e aflição, ele é incapaz de controlar ou banir tais pensamentos obsessivos.
Já as compulsões são atos repetitivos, excessivos, que comprometem a vida funcional do indivíduo, são rituais mentais ou comportamentais executados para diminuir a ansiedade provocada pelas obsessões.
Alguns casos comuns de TOC: mania de limpeza; organizar o ambiente constante, respeitando ordem e simetria dos objetos; averiguar diversas vezes se executou determinada ação (como trancar uma porta, se fechou a torneira, desligou o fogo, etc.); tomar banho e lavar as mãos com frequência exagerada; entre outros.
Acontece após a pessoa vivenciar um grande evento traumático, como assalto, desastre natural, acidente, guerra, entre outros casos.
Entre suas características estão: sonhos perturbadores, flashbacks, pensamentos intrusos, até mesmo, dificuldade em relaxar em certos momentos. Recordações fazem com que a vítima com TEPT apresente comportamento de isolamento, evitando a qualquer custo a possibilidade de passar novamente ou relembrar o evento do qual vivenciou.
Importante dizer que o distúrbio deve ser tratado de forma correta e regular, para que o quadro não se agrave ainda mais, pois nesses caso há grande possibilidade da pessoa desenvolver agorafobia e síndrome do pânico.
Sintomas: ideação suicida, insônia, comportamento de esquiva e retraimento, desprazer e falta de vontade de viver (anedonia), recordações constantes do trauma, etc.
A ansiedade e seus transtornos podem ter sintomas psicológicos e físicos, que atrapalham e incomodam no dia-a-dia de quem sente. Alguns deles são:
Psicológicos
- problemas de concentração;
- sensação de que algo ruim vai acontecer;
- medo constante;
- problemas para dormir;
- descontrole sobre os pensamentos (principalmente dificuldade em esquecer o objeto/motivo de tensão).
Físicos
- aumento do suor;
- respiração ofegante ou falta de ar;
- tremores nas mãos ou outras partes do corpo;
- náusea;
- tensão muscular;
- dor de barriga;
- entre outros.
A ansiedade pode ser difícil de se diagnosticar e, muitas vezes, pode ser confundida com depressão ou outras doenças psicológicas. Por isso mesmo, o profissional começará investigando se há alguma causa física para sua ansiedade excessiva. Enquanto isso, ele também terá uma conversa para fazer uma análise e entender que condições podem estar levando você a ter essa ansiedade exagerada.
Existem alguns “marcadores biológicos” que também podem estar ligados à ansiedade, como a dosagem de cortisol (um hormônio importante no estresse), alterações de glicemia ou dos hormônios sexuais, entre outros.
Caso o médico não identifique causas físicas, ele pode comparar seus sintomas com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para entender qual é seu quadro.
Se a pessoa for diagnosticada que o nível mais elevado da ansiedade for decorrente de uma doença física, então com o tratamento adequado já dará um grande alívio para o paciente.
Porém, se caso a pessoa for diagnosticada com transtorno de ansiedade, que envolve a parte psicológica, então o tratamento muda e pode ser abordada de formas diferentes: com psicoterapias (psicanalise, terapia, cognitiva construtiva, analítica, comportamental, cognitiva-comportamental, entre outras.), medicamentos (antidepressivos e ansiolíticos), terapias holísticas (porém nunca deixando de lado o acompanhamento do psicologo).