A Artrite Reumatoide é uma doença crônica inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das articulações (juntas), embora outro órgãos também possam ser comprometidos.
Essa doença é autoimune, ou seja, é uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende nosso corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia).
A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária. O tratamento adequado e precoce pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
Apesar de ser uma doença que pode ser desenvolvida em crianças e adultos, ela é mais comum em mulheres por volta de 50 anos de idade. Pra quem tem histórico da doença na família, a possibilidade de desenvolve-la é ainda maior.
Além dos fatos genéticos, inúmeros vírus e bactérias foram investigados como sendo possíveis causadores da doença, o que não foi confirmado até o momento. Infecções periodontais podem predispor ao aparecimento da doença, ainda que estes novos conhecimentos precisem ser confirmados. Ainda em relação à causa, é sabido que pessoas que fumam têm grande risco de desenvolver a doença, a qual o mesmo pode ocorrer em fumantes passivos. Outros fatores ou exposição ambiental, como os poluentes do tipo sílica também podem predispor à doença. Fatores hormonais também estão relacionados com artrite e isto justifica o fato da doença ocorrer três vezes mais em mulheres e apresentar melhora clínica no período da gestação.
Os primeiros sintomas da AR costumam ser sutis, como dores nas juntas das mãos e dos pés. O paciente pode ter problemas para realizar tarefas simples como abrir potes e girar maçanetas, ou até mesmo sentir dor nos pés ao caminhar após levantar da cama de manhã.
Os sinais e os sintomas podem variar em termos de gravidade e, também, podem ser intermitentes, ou seja, aparecer e desaparecer em seguida. Períodos de maior atividade da doença, chamadas de crises, alteram-se com períodos de remissão relativa – quando o inchaço e a for das juntas desaparecem ou ficam menos frequentes. Além disso, a inatividade da doença também pode ser percebida nos exames laboratoriais.
De acordo com a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares, os sintomas da artrite reumatoide costumam se manifestar primeiramente nas articulações menores, com as que ligam os dedos às mãos e os dedos dos pés aos pés. À medida que a doença progride, os sintomas podem se espalhar para os pulsos, joelhos, tornozelos, cotovelos, quadris e ombros. Na maioria das vezes, os sintomas se manifestam nas juntas em ambos os lados do corpo.
O profissional mais adequado para diagnosticar a AR é o reumatologista, uma vez que este(a) é o(a) especialista em doenças do tecido conjuntivo, articulações e doenças autoimunes.
O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, baseia-se na história clínica e no exame físico feito pelo médico. Mas alguns exames complementares, de sangue ou de imagem, podem ser úteis, incluindo as provas que medem a atividade inflamatória, o fator reumatoide, o anticorpo antipeptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP), radiografias das articulações acometidas e, eventualmente, ultrassonografia ou ressonância das juntas, em caso de dúvida. Outros exames podem ser necessários para afastar outras doenças, dependendo de cada caso.
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico. Embora ainda não se conheçam os recursos para a cura definitiva, é possível obter a remissão dos sintomas, preservar a capacidade funcional e evitar a progressão das deformidades.
Repouso só deve ser indicado em quadros muito dolorosos e por pouco tempo. Atividade física e fisioterapia são importantes para controlar o comprometimento das articulações e a perda da mobilidade.
O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINE), cortiscoroides e drogas imunossupressoras, como o metrotrexato e a ciclosporina. Alguns medicamentos mais recentes, desevolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trazem novas possibilidades terapêuticas.
A cirurgia e a colocação de próteses articulares podem representar uma opção de tratamento, nos estágios avançados da doença.