Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 51,4% da população brasileira. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgou um dado interessante sobre a participação da mulher no mercado de planos de saúde. Segundo levantamento feito pela Agência, em janeiro de 2018 havia 47,4 milhões de beneficiários em planos de assistência médica. Destes, as mulheres são maioria: cerca de 25,3 milhões, ou seja, 53,4% do total de beneficiários, enquanto 22,1 milhões (46,6%) são homens.
Ampliação da cobertura e melhoria na assistência
A saúde da mulher é prioridade para a ANS, que tem projetos relacionados à saúde feminina. Prova disso é a possibilidade de acesso aos variados tratamentos oferecidos pelos planos de saúde e os avanços relacionados à melhoria no cuidado. O Rol de Procedimentos, cobertura mínima obrigatória, incorporou em 2018 quatro importantes cirurgias laparoscópicas relacionadas à saúde da mulher: para tratar o câncer de ovário (debulking), restaurar o suporte pélvico, desobstruir e restaurar a permeabilidade das tubas uterinas.
A Agência também desenvolveu iniciativas para melhorar a atenção ao parto e nascimento entre as beneficiárias de planos de saúde. O projeto Parto Adequado tem como foco principal identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto, oferecendo às mulheres o cuidado certo durante a gestação. O projeto está em sua segunda fase, envolvendo 136 maternidades e 68 operadoras de planos de saúde. Na primeira fase, quando houve adesão de 35 hospitais e ao longo de 18 meses, as ações evitaram a realização de 10 mil cesarianas desnecessárias.
Outras medidas em prol da melhoria na prática obstétrica no Brasil, com a publicação de resoluções normativas importantes, como a RN 368, que obriga operadoras a divulgar os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico e a fornecer o Cartão da Gestante, a Carta de Informação à Gestante e o Partograma; e a RN 398, que obriga as operadoras de planos de saúde e hospitais a contratarem obstetrizes e enfermeiros obstétricos em sua rede assistencial, quando houver disponibilidade desses profissionais.
Cuidados com a saúde
A pesquisa Vigitel Brasil 2016 – Saúde Suplementar, estudo realizado pelo Ministério da Saúde e pela ANS, trouxe dados específicos em relação às mulheres, mostrando que elas são mais atentas às questões relacionadas à saúde. Um dos aspectos que chamou a atenção no estudo é a proporção de beneficiários com excesso de peso e obesidade, índices que vêm aumentando ao longo dos anos. Entre 2008 e 2016, o percentual de excesso de peso entre a população adulta passou de 46,5% para 53,7% e o de obesidade cresceu de 12,5% para 17,7%. Nos dois indicadores, o percentual, em 2016, foi maior entre os homens do que entre as mulheres: 61,3% dos indivíduos do sexo masculino apresentaram excesso de peso, ante 47,7% do sexo feminino; e 18,7% dos homens apresentaram obesidade, frente 17% das mulheres.
Quando o assunto é o consumo de frutas e hortaliças, o índice é bem maior entre as mulheres: a ingestão regular desses alimentos em cinco ou mais dias da semana ocorre entre 70,2% das mulheres e entre 61% dos homens. Já o consumo diário recomendado ocorre em 34,9% das mulheres e em 24,9% dos homens. A ingestão de refrigerantes, por sua vez, também mostra maior cuidado entre o sexo feminino. A frequência do consumo desse tipo de bebida em cinco ou mais dias da semana foi de mais alta entre os homens (17,2%) do que entre as mulheres (12,8%). Em relação ao tabagismo, a frequência de adultos fumantes foi maior no sexo masculino (9%) do que no feminino (6%).
A ANS também incentiva as operadoras a desenvolverem programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev) com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários de planos de saúde. Atualmente há 1,7 mil programas sendo desenvolvidos e eles atendem mais de 2,1 milhões de beneficiários de planos de saúde. Desses, 274 são destinados à saúde da mulher.
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